quarta-feira, 28 de novembro de 2012

BOAS PRÁTICAS

A área  em torno da construção da Estação de Tratamento de Água de Ibititá precisa ser limpa constantemente. Os auxiliares de operação precisam carpir quase o ano inteiro, principalmente quando há chuvas que colaboram para que o mato cresça. Essa lida faz com que os auxiliares adiem algumas tarefas de limpeza dos decantadores, filtros, floculadores e outras partes da Estação de tratamento, isso porque o mato não pode ficar descontrolado, primeiro pela estética que fica e também pelo grande número de animais peçonhentos que aparecem se o mato não for limpo constantemente. Há uma divisão da área para cada um dos auxiliares limpar e em anos anteriores, a empresa teve que contratar mão de obra extra para realizar o serviço de limpeza do mato, pois os auxiliares não podiam deixar os serviços mais essenciais, o tratamento da água, para se dedicar somente à limpeza ao redor da estação.
Valfredo Vieira
Pensando na melhoria desse serviço, essencial, os auxiliares de operação Antônio Cláudio e Valfredo Vieira começaram a mudar a prática antes adotada apenas com a ferramenta enxada e passaram a usar uma capinadeira com tração animal. Com as benditas chuvas que vieram também apareceram o mato na área, logo o senhor Valfredo começou a colocar a nova prática em ação. Trouxe sua capinadeira  e seu animal, sem nenhum custo para a empresa, para realizar a experiência. O serviço que levava 10 dias para ser realizado, ele fez em 6 horas.
Com essa bela e simples atitude, esses auxiliares inovaram, ganharam tempo para outras atividades e  melhorias ergonômicas.  

terça-feira, 16 de outubro de 2012

DOSAGEM DE SULFATO

Antes do curso para Operadores de ETAs no final de setembro de 2012, se percebeu que a maioria usavam o cálculo para encontrar o volume de sulfato dosado em 10 segundos sem considerar a densidade do sulfato de alumínio líquido: (vazão em l/s X dosagem em mg/l : (dividido) pela concentração do sulfato). Numa estação que trabalhava com uma vazão de 450 l/s e 20mg/l, usando sulfato a 50%  o valor encontrado em 10 segundos era de: 450 X 20 : 50 = 180 ml. 
Considerando a densidade do sulfato que é de 1,34 esse valor muda, pois a concentração passa a ser multiplicada pela densidade, assim: (450 X 20) : (100 X 1,34) = 67,16 ml em 10 segundos. Com essa considerada mudança teórica, a prática do ensaio de floculação, Jarr Test, para saber a dosagem correta de sulfato usado num determinado tratamento da água também muda, ganhando o mesmo acréscimo do valor da densidade que consta no produto. Se antes se usava 4 ml de sulfato a 50% para diluir num recipiente de 100 ml e encontrar ele a 2%, agora passa a usar menos de 2 ml.
Antes: 
Recipiente de 100 ml;
Sulfato a 50%
Diluir a 2%
Bastava multiplicar o volume do recipiente (100 ml) pela concentração que se quer no final (2%)  e dividir pela concentração do sulfato de alumínio (50%) para encontrar o volume a diluir (4 ml).

Hoje:
Utilizamos a seguinte fórmula : Concentração é igual a Massa dividido por volume vezes 100
C= M/V x 100. Logo, se preciso de uma diluição a 2% basta encontrar a massa a ser aplicada e depois dividir pela densidade do sulfato que é de 1,34 pois utilizaremos a proporção massa/massa

Concentração 2%
Recipiente de 100 ml;
Solução de Sulfato  a 100%
Densidade 1,34


2=M / 200 x 100
M= 2 x 100 / 100
M = 200 / 100
M= 2 / 1,34
Volume =  1,49 ml de sulfato de alumínio líquido

Para encontrar a Massa basta multiplicar a concentração pelo volume do recipiente (100 ml) e o valor encontrado divide por 100. A massa encontrada divide pela densidade do sulfato de alumínio líquido que é de 1,34 para encontrar o volume de sulfato de alumínio a diluir (1,49 ml).
OBS: Nesse caso é só pegar 98,5 ml de água e 1,5 ml de sulfato para fazer a diluição a 2%
Todos esses detalhes vieram a contribuir para saber o real consumo do produto usado no tratamento.
Gervásio Mozine

sábado, 13 de outubro de 2012

BOMBA ROSÁRIO

Na estação de tratamento havia  momentos de desconforto ao realizar as análises de duas em duas horas. A coleta da água in natura era feita através de um béquer de 1 litro no ponto de chegada da água bruta, Calha Parshall. Como a lâmina da água fica baixa, é necessário fazer um jogo de cintura para não cair dentro da calha e também não deixar o vasilhame de coleta ser arrastado pela água em movimento, com riscos de ser levado direto para o fundo do decantador e consequentemente interromper a passagem de lodo nas pirâmides. Em outros momentos já foi retirado vasilhame desse recinto, durante a limpeza dos decantadores. Quando isso aconteceu, o processo de tratamento ficou ruim porque os flocos não desciam e acarretou a carreira de lavagem dos filtros para mais.
coletando água bruta
Outro ponto relevante ao realizar a coleta da água está na exposição do operador no momento da análise. A probabilidade do descumprimento, obrigatório, da realização da análise físico-química da água bruta ganha força quando está chovendo, serenando, ventando forte, sol demasiado ou outro fator de risco para o operador no momento da coleta da água. Muitas vezes era necessário adiar a análise devido a impossibilidade de coletar a amostra de água em momentos que o tempo não colaborava, pois aumentava o risco de acidentes com essa tarefa. 

Pensando em resolver esse problema na estação de tratamento, resolvi implantar uma bomba ecologicamente correta para realizar a coleta da água sem precisar sair do laboratório, uma vez que a lâmina da água fica bem mais baixa que o local para realizar as análises, impossibilitando de levar a mesma por gravidade até esse local. A bomba implantada levou alguns meses até ficar pronta para executar a tarefa antes feita de forma nada segura. No estilo de uma "Bomba Rosário" usada para captação de águas em cacimbas e poços é que o tão sonhado invento saiu. Usei uma corda fina com nós para segurar as arruelas de borracha de câmara de ar, um tubo de 25 mm acompanhado de redução para 50 mm, um aro de bicicleta com eixo e catraca, um garfo de bicicleta, três correntes de bicicleta e uma coroa, todos eles usados, adicionado a uma manivela colocada dentro do laboratório. 
Dentro do recinto gira a manivela, que gira a coroa, que gira a catraca, que gira o aro, que faz girar a corda "Rosário" que leva água pelo tubo de 25 mm, enche o reservatório de 50 mm e desce na gravidade até a pia do laboratório para ser coletada. A praticidade do invento é sem igual para tal finalidade e realiza o serviço com eficiência, jogando até 10m³/h de água.
Outro ponto forte do invento é a reutilização dos objetos na sua confecção. Sua manutenção pode ser feita por qualquer usuário e não dependerá de gastos. Ambientalmente pode ser considerado como algo de grande significado, pois não agride o meio e não necessita de força elétrica ou outra para fazer funcionar.
Gervásio Mendes Mozine
 Ass de Saneamento


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

IMPACTO AMBIENTAL ZERO


O operador de processo, João Durval usou de suas artimanhas para facilitar a coleta dos resíduos de análises físico-químicas que acontecem a cada duas horas no laboratório da ETA. Em outros tempos os resíduos de análises eram despejados no esgoto e iam direto para um terreno ao lado da estação. Visando reduzir ao máximo o impacto ambiental, a coleta desses rejeitos passaram a ser encaminhados para um destino final apropriado em Salvador. 
bombonas para coleta
funil de PET no laboratório
Inicialmente o projeto de coleta disponibilizou duas bombonas de 50L que ficavam no laboratório, e eram abertas toda vez que as análises eram realizadas, para colocar os rejeitos de Spadns, ácido sulfúrico e Orto-tolidina. Pensando, também, em diminuir os riscos à saúde, foi que o operador teve a ideia de colocar esses vasilhames fora do laboratório. 
Com dois tubos de 20 mm, 4 joelhos de 20 mm e duas garrafas PET, ele colocou as bombonas no depósito de produtos químicos da estação de tratamento para receber os reagentes liberados do laboratório.

João Durval - Operador de Processo
  
       

sábado, 29 de setembro de 2012

FORMAÇÃO PARA OPERADORES

Noelson Dória - químico palestrante
Aconteceu entre os dias 24 a 28 de setembro uma capacitação profissional para operadores de Estação de Tratamento de Água, proferida pelo químico Noelson Dória de Aquino com participação dos biólogos Jairo Lameira e Antônio Coelho. O objetivo do curso de formação foi melhorar os conhecimentos dos operadores que já passaram por algum curso neste estilo e capacitar aqueles que ainda não tinham visto algo nesta importância. A dinâmica do curso foi atrativa, com formação de grupos para discutir e apresentar os trabalhos criados por cada equipe. Um ponto forte do curso foi a apresentação dos diversos tipos de doenças que a água não tratada podem causar ao ser humano, isso mexeu com os operadores presentes e fez refletir sobre a grande responsabilidade que ele tem em tratar a água para o consumo. "O operador é a figura que zela pela saúde da população de forma direta, pois a todo momento ele fornece um produto confiável para consumo".(Noelson).
Foi pensando em situações como esta  que o programa do curso destinou boa parte do seu tempo para discutir e apresentar como acontece o tratamento da água em todos os modelos de estação: Convencional, filtração direta, filtro Russo, por pressão...
Noelson e operadores numa  ETA
Do ponto de captação da água In natura (bruta) até a distribuição, foi detalhado, por Noelson, para que o operador compreendesse todo processo o sistema de abastecimento de água, enfatizando o  processo de tratamento da mesma. Depois da teoria, todos os 21 operadores foram para uma estação de tratamento, modelo convencional que passa pelo processo completo de coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfecção, fluoretação e correção de pH. Lá todos puderam colocar em prática o que viram na teoria. Fizeram um teste de jarros (Jarr Test) com o sulfato diluído de 50 para 2%,  e assim entenderam melhor porque cada ml de sulfato a 2% no jarro de 2L equivale a 10 ppm. Esses pontos sobre diluição foram essenciais para que se passasse adotar uma nova prática operacional, visto que a dosagem aplicada não levava em conta a densidade do sulfato de alumínio produzido a 1,34 kg. Antes, para saber a dosagem aplicava a seguinte regra: vazão (vezes) ppm  (dividido) pela concentração do sulfato, desprezando a massa do sulfato, agora a massa é multiplicada pela concentração para saber qual a massa ideal aplicada na dosagem do sulfato de alumínio.  
Nas discussões durante o curso ficou visível que o operador precisa acompanhar constantemente a dosagem do produto aplicado na prática para que, ao invés de tratar a água, não gere um problema maior, tornando a água mais imprópria para o consumo humano ao ser adicionado uma dose maior do que o que deveria, do produto utilizado. Oportunamente durante o curso, o biólogo Antônio Coelho citou a frase famosa do médico suíço  "A diferença entre o remédio e o veneno está da dose" (Paracelso – Médico e físico do séc. XVI) reforçando a chamar atenção do operador para acompanhar com dedicação o processo de tratamento.
Jairo Lameira - biólogo
Entre tantos pontos discutidos ainda ficou espaço para esclarecer sobre a avaliação do processo de produção que acontece desde a captação da água até seu destino final, metodologia necessária para que se tenha um equilíbrio entre o que se tira da natureza e o  que ela recebe em troca. O biólogo Jairo falou do propósito da avaliação boas práticas em sistemas de abastecimento de água e da necessidade de ser aplicada no mundo inteiro. O estilo de avaliação de é pioneira no Brasil/Bahia e se assim fosse patenteada, o químico Noelson e equipe ganhariam o que lhes cabe na criação. É através dela que os sistemas de tratamento de água da embasa, as quais tem Noelson como coordenador da NOAP, são identificadas como próprias para continuar operando, recebendo certificações internas e externas. Os operadores Gervásio, João Durval e Tássio mostraram algumas práticas operacionais que contribuem para que a estação de tratamento receba a certificação e continue fornecendo um produto de boa qualidade para a população.
Para completar o ciclo objetivado pelo curso, o técnico de segurança Matusalém deixou explícito a necessidade de se criar uma consciência sobre o uso dos EPI's de forma que não seja entendida como obrigatório, apesar de ser,  e sim com foco na preservação da saúde e vida do trabalhador que a preze.

Gervásio M Mozine

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

PORTARIA DO MS 2914/2011

O Ministério da Saúde lança portaria que modifica alguns aspectos em relação à qualidade da água para consumo humano dentro dos padrões de potabilidade. As Estações de Tratamento terão que acompanhar e colocar em prática as novas regras. Uma delas é que a (uT) Unidade de Turbidez na saída dos filtros passará de 1,0 mg/l (ppm) para 0,5 ppm no tratamento com filtração rápida, como consta no Capítulo V, Artigo 30, § 2º da portaria. 
Realização de análises dos filtros

pressão de trabalho do filtro