terça-feira, 16 de outubro de 2012

DOSAGEM DE SULFATO

Antes do curso para Operadores de ETAs no final de setembro de 2012, se percebeu que a maioria usavam o cálculo para encontrar o volume de sulfato dosado em 10 segundos sem considerar a densidade do sulfato de alumínio líquido: (vazão em l/s X dosagem em mg/l : (dividido) pela concentração do sulfato). Numa estação que trabalhava com uma vazão de 450 l/s e 20mg/l, usando sulfato a 50%  o valor encontrado em 10 segundos era de: 450 X 20 : 50 = 180 ml. 
Considerando a densidade do sulfato que é de 1,34 esse valor muda, pois a concentração passa a ser multiplicada pela densidade, assim: (450 X 20) : (100 X 1,34) = 67,16 ml em 10 segundos. Com essa considerada mudança teórica, a prática do ensaio de floculação, Jarr Test, para saber a dosagem correta de sulfato usado num determinado tratamento da água também muda, ganhando o mesmo acréscimo do valor da densidade que consta no produto. Se antes se usava 4 ml de sulfato a 50% para diluir num recipiente de 100 ml e encontrar ele a 2%, agora passa a usar menos de 2 ml.
Antes: 
Recipiente de 100 ml;
Sulfato a 50%
Diluir a 2%
Bastava multiplicar o volume do recipiente (100 ml) pela concentração que se quer no final (2%)  e dividir pela concentração do sulfato de alumínio (50%) para encontrar o volume a diluir (4 ml).

Hoje:
Utilizamos a seguinte fórmula : Concentração é igual a Massa dividido por volume vezes 100
C= M/V x 100. Logo, se preciso de uma diluição a 2% basta encontrar a massa a ser aplicada e depois dividir pela densidade do sulfato que é de 1,34 pois utilizaremos a proporção massa/massa

Concentração 2%
Recipiente de 100 ml;
Solução de Sulfato  a 100%
Densidade 1,34


2=M / 200 x 100
M= 2 x 100 / 100
M = 200 / 100
M= 2 / 1,34
Volume =  1,49 ml de sulfato de alumínio líquido

Para encontrar a Massa basta multiplicar a concentração pelo volume do recipiente (100 ml) e o valor encontrado divide por 100. A massa encontrada divide pela densidade do sulfato de alumínio líquido que é de 1,34 para encontrar o volume de sulfato de alumínio a diluir (1,49 ml).
OBS: Nesse caso é só pegar 98,5 ml de água e 1,5 ml de sulfato para fazer a diluição a 2%
Todos esses detalhes vieram a contribuir para saber o real consumo do produto usado no tratamento.
Gervásio Mozine

sábado, 13 de outubro de 2012

BOMBA ROSÁRIO

Na estação de tratamento havia  momentos de desconforto ao realizar as análises de duas em duas horas. A coleta da água in natura era feita através de um béquer de 1 litro no ponto de chegada da água bruta, Calha Parshall. Como a lâmina da água fica baixa, é necessário fazer um jogo de cintura para não cair dentro da calha e também não deixar o vasilhame de coleta ser arrastado pela água em movimento, com riscos de ser levado direto para o fundo do decantador e consequentemente interromper a passagem de lodo nas pirâmides. Em outros momentos já foi retirado vasilhame desse recinto, durante a limpeza dos decantadores. Quando isso aconteceu, o processo de tratamento ficou ruim porque os flocos não desciam e acarretou a carreira de lavagem dos filtros para mais.
coletando água bruta
Outro ponto relevante ao realizar a coleta da água está na exposição do operador no momento da análise. A probabilidade do descumprimento, obrigatório, da realização da análise físico-química da água bruta ganha força quando está chovendo, serenando, ventando forte, sol demasiado ou outro fator de risco para o operador no momento da coleta da água. Muitas vezes era necessário adiar a análise devido a impossibilidade de coletar a amostra de água em momentos que o tempo não colaborava, pois aumentava o risco de acidentes com essa tarefa. 

Pensando em resolver esse problema na estação de tratamento, resolvi implantar uma bomba ecologicamente correta para realizar a coleta da água sem precisar sair do laboratório, uma vez que a lâmina da água fica bem mais baixa que o local para realizar as análises, impossibilitando de levar a mesma por gravidade até esse local. A bomba implantada levou alguns meses até ficar pronta para executar a tarefa antes feita de forma nada segura. No estilo de uma "Bomba Rosário" usada para captação de águas em cacimbas e poços é que o tão sonhado invento saiu. Usei uma corda fina com nós para segurar as arruelas de borracha de câmara de ar, um tubo de 25 mm acompanhado de redução para 50 mm, um aro de bicicleta com eixo e catraca, um garfo de bicicleta, três correntes de bicicleta e uma coroa, todos eles usados, adicionado a uma manivela colocada dentro do laboratório. 
Dentro do recinto gira a manivela, que gira a coroa, que gira a catraca, que gira o aro, que faz girar a corda "Rosário" que leva água pelo tubo de 25 mm, enche o reservatório de 50 mm e desce na gravidade até a pia do laboratório para ser coletada. A praticidade do invento é sem igual para tal finalidade e realiza o serviço com eficiência, jogando até 10m³/h de água.
Outro ponto forte do invento é a reutilização dos objetos na sua confecção. Sua manutenção pode ser feita por qualquer usuário e não dependerá de gastos. Ambientalmente pode ser considerado como algo de grande significado, pois não agride o meio e não necessita de força elétrica ou outra para fazer funcionar.
Gervásio Mendes Mozine
 Ass de Saneamento


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

IMPACTO AMBIENTAL ZERO


O operador de processo, João Durval usou de suas artimanhas para facilitar a coleta dos resíduos de análises físico-químicas que acontecem a cada duas horas no laboratório da ETA. Em outros tempos os resíduos de análises eram despejados no esgoto e iam direto para um terreno ao lado da estação. Visando reduzir ao máximo o impacto ambiental, a coleta desses rejeitos passaram a ser encaminhados para um destino final apropriado em Salvador. 
bombonas para coleta
funil de PET no laboratório
Inicialmente o projeto de coleta disponibilizou duas bombonas de 50L que ficavam no laboratório, e eram abertas toda vez que as análises eram realizadas, para colocar os rejeitos de Spadns, ácido sulfúrico e Orto-tolidina. Pensando, também, em diminuir os riscos à saúde, foi que o operador teve a ideia de colocar esses vasilhames fora do laboratório. 
Com dois tubos de 20 mm, 4 joelhos de 20 mm e duas garrafas PET, ele colocou as bombonas no depósito de produtos químicos da estação de tratamento para receber os reagentes liberados do laboratório.

João Durval - Operador de Processo